Geração fortíssima!

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A geração da perda…

Esta minha geração, em tempos apelidada de geração rasca, vai ficar para a história como uma geração que teve que suportar o “lado menos bom da mudança” pois, se quisermos, poderemos dizer que grande parte do que foi alcançado durante o passado século XX foi “perdido” por esta geração.

Naturalmente que numa “guerra geracional” outros poderão dizer que tal não corresponde à verdade pois, também eles (gerações anteriores à minha) passaram por momentos de perda que os marcaram profundamente (a perda de John Lennon, por exemplo), no entanto a grande diferença está no facto de essas gerações anteriores terem uma grande vantagem em relação à minha, eles usufruíram de tempos em que o objetivo era o alcançar de ideiais que teoricamente iriam mudar para melhor a vida de todos! Esta geração “rasca” é a geração que fria e dolorosamente teve que assumir que as conquistas materiais que os anteriores a nós tinham garantido eram desprovidas de algo fundamental, eram desprovidas de essência da noção de esperança e crença num futuro melhor!…

As gerações anteriores à minha, tinham os seus ídolos, as suas referências, como um exemplo do que todos poderiam alcançar, já nós, os “rascos” tínhamos (temos) as nossas referências, como exemplos de como é difícil chegar aos calcanhares deles e como é estatisticamente improvável chegarmos a seus “ajudantes” na criação de algo novo…

Esta geração não é uma geração rasca, mas é, sem grandes dúvidas para mim, uma geração que, tendo cada vez mais ferramentas para concretizar os projetos mais mirabolantes, tem cada vez menos condições para fazer coisas cuja substância se sobreponha à forma…

Se nos quisermos centrar na área da música, salvaguardando as devidas proximidades que cada um de nós tem com as diferentes correntes, esta geração é a geração que absorveu o trabalho dos grandes pioneiros e revolucionários em segunda mão, mas que está a vivenciar a perda de grande parte deles em primeiríssima mão!

Por isso, digo hoje, que esta geração é uma geração fortíssima pois é, sem dúvida…

A geração da perda!