RABO ESCONDIDO COM GATO DE FORA

Como todos sabemos, os dias de hoje são extremamente exigentes a múltiplos níveis.

 Naturalmente que com níveis de exigência superiores a responsabilidade de sermos seres cada vez mais coerente e cada vez mais éticos, na verdade acessão da palavra, também aumenta.

Nos mais diferentes quadros de atuação de pessoas que se disponibilizam para a gestão do bem comum, estes dois fatores (coerência e ética) revestem-se de cada vez mais importância, revestem-se de um sentido estratégico que se não for devidamente descodificado podem provocar o percorrer de um caminho pouco claro e bastante sinuoso. Podemos dizer que se não formos éticos e coerentes, poderemos criar as circunstâncias ideais para o atingimento dos nossos objetivos mais rapidamente, mas será esse “sucesso” prolongado no tempo?!

Trago hoje até vós um episódio que ocorreu hoje, a audição conjunta sobre a ETAR das Cochadas aos Presidentes da Camara de Cantanhede e Mira na Assembleia da República.

Continuo a pensar que algo de mais eficaz devia ser levado a cabo no que diz respeito à partilha destes acontecimentos junto da população; continuo a achar que estas audições deveriam ser muito mais divulgadas, nas formas mais adequadas, para cada vez mais, mais pessoas sintam vontade de as acompanhar. Neste particular, a estrutura do Município de Cantanhede deveria ter claramente promovido este “evento”, pelo menos na sua página de Facebook, com igual destaque aos “eventos” desenvolvidos pela sua “brigada de aplicação de betuminoso”. Assim não aconteceu, certamente por alguma razão plausível que não conheço neste momento…

Nesta audição percebeu-se que se trata de uma questão que ultrapassa largamente a escala da problemática ambiental, percebeu-se que a montante existem responsabilidades, nomeadamente ao nível dos municípios, que devem ser acauteladas devidamente.

Segundo uma publicação da candidata do PS à Camara Municipal de Cantanhede, Cristina Jesus, na sua página pessoal de Facebook, foram questionados os responsáveis máximos dos ditos executivos acerca das medidas cautelares dos múltiplos tipos de caudais industriais que têm uma influência direta neste caso concreto das Cochadas.

Tenho pena que não se saiba quais foram as respostas a estas questões e espero que não tenham versado à volta da falta de capacidade de investimento! Caso contrário sentirei necessidade de questionar novamente a, já um pouco gasta, questão dos saldos positivos de gerência do Município de Cantanhede… em detrimento da execução de obra!

Uma coisa ficou clara para mim, no que ao sector industrial diz respeito, a atração de alguns tipos de indústria em detrimento de outros, deverá ser tida em conta de uma forma global, não apenas na lógica do investimento.

Finalmente termino apenas chamando a atenção para os seguintes detalhes:

  1. Será possível saber quais foram as respostas às questões colocadas?
  2. Irá o Município de Cantanhede dar a conhecer o desenvolvimento desta questão de uma forma pública e com o destaque que mesma merece?
  3. Será que finalmente começamos a trilhar o caminho, fundamental diga-se, de colocar as questões certas no momento certo em vez dos chavões para “ficar bem na fotografia”?!

Espero honestamente que de uma vez por todas todos os que se disponibilizam para as questões da coisa pública sejam claros com todos os que merecem a sua consideração, que sejam servidores das causas comuns e deixem de se servir das mesmas…

PRESIDENTE BOA, PRIMEIRO MINISTRO MAU! (OU NÃO…)

Tenho, nos últimos tempos, tido uma postura um pouco mais incisiva no que aos posicionamentos do Município em relação a múltiplos assuntos diz respeito. Tal facto deve-se simplesmente ao facto de, como muitos já sabem há muito tempo, ser um acérrimo critico (no bom sentido da palavra – analisador) da performance de quem nos dirige, sou um amante eterno de Cantanhede e do concelho.

Uma das coisas que me tenho vindo a aperceber é que o atual Executivo, apesar de ter tido um mandato “tremendo”, com tempestades, pandemias, tudo e mais um par de botas, tem tido um posicionamento ao nível da sua comunicação que, na minha humilde opinião, é questionável.

Quando digo questionável não quero que seja interpretado como algo de errado, gostaria honestamente que interpretassem o termo “questionável” pelo seu sentido mais estrito, algo que poder ser questionado (positiva ou negativamente).

Todos sabemos hoje que foi o ano de 2020 que nasceu o canal preferencial de comunicação do Município. O seu nascimento já teve, só por si, um início questionável, mas não é isso que me traz aqui…

Se analisarmos mais a detalhe a página de Facebook do Município de Cantanhede, percebemos claramente a sua “linha editorial” (se é que se pode dizer que tal coisa exista).

Analisando apenas a semana que passou, percebemos claramente a lógica! Senão vejamos. Em termos de informação para encher parangonas (que até capa de As Beiras teve direito) temos o 3D do que será a futura Praia Fluvial dos Olhos da Fervença – este é um caso sintomático do que é a previsão deste executivo do que serão os próximos 4 anos (levanta-se a questão: porque não foram já os anteriores? E os anteriores aos anteriores?!)

Por outro lado, comunicou a instalação de um balcão SNS24 na freguesia de Corticeiro e Vilamar! Pois bem aqui começamos a identificar uma tipologia de comunicação um pouco diferente pois neste contexto, alguém se esqueceu de dizer que foi o Governo Central que disponibilizou este “serviço”, sim foi o Governo central que também disponibilizou o serviço também esta semana inaugurado no Departamento do Urbanismo, o Balcão Prédio Único, mais um serviço disponibilizado pelo Governo Central que mais uma vez passa completamente ao lado da notícia!

Finalmente uma notícia em que o Governo Central é o centro das atenções: a ausência da Consulta Aberta no Hospital de Cantanhede!!! Sim, parecem coisas diferentes, mas o Governo é o mesmo, é caso para se dizer será este Executivo mal-agradecido?! No que diz respeito à Consulta aberta tão propalada nos meios de comunicação Social nestas últimas semanas, ainda não consegui vislumbrar nenhuma explicação para os acontecimentos que não seja a suposição de uma postura de má fé por parte do Governo central.

Pois bem, será que ainda ninguém se questionou sobre o que levou ao fecho da dita Consulta?!

Será que ainda ninguém se questionou a tipologia de procura que existia neste tipo de serviço?! Relembro que vivemos num Município em que a apresentação de saldos de gerência positivos é motivo de regozijo, mesmo que para isso tenhamos tido que passar por mais de 4 anos em que a obra foi praticamente zero!!!

Será que as consultas disponibilizadas não eram em grande percentagem, consultas que estavam simplesmente a ser transferidas do Centro de Saúde para o Hospital de Cantanhede, gerando assim duplicação de encargos, e por isso mesmo, não garantindo a viabilidade do serviço em causa?!

Será que já nos esquecemos todos que o atual executivo, no seguimento do anterior, defendeu a passagem do Hospital de Cantanhede da esfera pública para a esfera privada através da Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede?!

Não acredito que não haja ninguém que não tenha pensado uma solução para esta questão que é a gestão dos recursos afetos ao SNS no concelho de Cantanhede, só tenho pena que nos tempos que correm seja muito mais interessante entrar numa de “bota abaixo” em detrimento da apresentação de soluções concretas para esta questão… (No Executivo não está uma profissional do SNS?!)

É que as notícias de encher o olho, sem o apoio efetivo do Governo Central dificilmente existiriam, mas o Governo Central em causa é o mesmo que de tempos a tempos é diabolizado pelo atual Executivo e acompanhado às cordas (de guitarra portuguesa) pelo Presidente da Assembleia Municipal…

Enfim, cada vez percebemos mais e melhor que, na cabeça de alguns, existe um Executivo de primeira água e um Governo Central de mediocridade e má fé acentuadas…

“A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha!”

F.S. Carneiro

SINATRA, VAMPIROS E ALGUNS POLÍTICOS

A 14 de Maio de 1998 morria, nos Estados Unidos da América, aquele a quem foi atribuído o cognome “The Voice”.

Frank Sinatra, nome incontornável da cultura norte americana e que marcou indelevelmente o fenómeno cultural a nível global, deixava o mundo dos vivos e passava a fazer parte do grupo daqueles que atravessaram a porta da eternidade.

Foi sem sombra de dúvidas uma figura polémica e controversa, com inúmeros episódios que causaram agitações múltiplas a vários níveis. Apesar de alegadas ligações de caracter duvidoso (suspeitas de ligações à Mafia), uma coisa ficou e mantêm-se hoje como legado principal deixado para as gerações futuras, a sua arte.

A forma como interpretou papeis no grande écran, produziu e interpretou temas musicais e, fundamentalmente, a forma como ajudou a redefinir conceitos artísticos à data, são o seu verdadeiro legado.

A título meramente pessoal foi, e continua a ser, uma referência a nível artístico e, não poucas vezes, sinto claramente a necessidade de o revisitar.

Um dos temas que revisito amiúde é o “That’s life” um tema com um swing fantástico e com uma letra que versa sobre os avanços e recuos da vida, dos dias bons e menos bons, enfim uma letra que nos fala de que o importante na vida é o usufruto que conseguimos obter da mesma.

Seria um tema fantástico para propor àqueles que ultimamente, sempre que lhes é dado palco, teimam em criticar tudo e todos os que não se alinham nas suas perspectivas, nomeadamente políticas.

Um bom exemplo de uma pessoa dessas seria o Dr. João Moura, atual Presidente da Assembleia Municipal de Cantanhede que, em plena sessão solene de comemoração do aniversário do 25 de Abril, até de “vampiros” rotulou alguns… alguns que, ao que fomos informados hoje pelo Município, estão a tentar fazer algo de importante na área que tanto lhe diz, a Saúde

Enfim…

“That’s life
(That’s life)
That’s what all the people say
You’re riding high in April, shot down in May
But I know I’m gonna change that tune
When I’m back on top, back on top in June

…” FRANK SINATRA

RECURSOS PÚBLICOS, FINS PRIVADOS

As hostes começam a agitar-se!

Sim, de facto o cheiro a autárquicas já se faz sentir por tudo quanto é sítio, já se faz sentir em tudo o que é estrada, já se faz sentir por tudo o que é vala para limpar, caminho para regularizar, esgoto para reparar e até evento cultural para divulgar!

É natural que assim seja. É “normal” que este tipo de expediente continue a ser o mais utilizado como forma de mostrar aos eleitores a fibra de quem quer gerir os destinos dos concelhos portugueses, mesmo que, na realidade, o que esses dignos candidatos estejam a fazer é a passar um atestado de pouca inteligência a quem os elege…

Para os que dignamente se disponibilizam para gerir os destinos das suas comunidades esta continua a ser uma das, senão a, mais utilizada estratégia de comunicação política. Mostrar obra é mandatório para estes senhores! Mesmo que, como em alguns casos que conheço, nos últimos três anos nada tenha sido feito!

Neste momento as visitas a empresas, nunca antes vistas, as obras de saneamento, requalificações de espaços desportivos e pavimentação de estradas, também nunca vistas nos últimos três anos, são o prato do dia da comunicação municipal!!

Estes tipos de situações saltam tanto à vista que a azafama no Gabinete de Comunicação do Município de Cantanhede, sim é de Cantanhede que estou a falar, deve estar em níveis nunca vistos nos últimos três anos! Sim, não nos podemos esquecer que o maior móbil de comunicação do Executivo de Cantanhede não existiu no ano passado e este ano também não terá lugar. A nossa querida EXPOFACIC!!

Todos sabemos que Cantanhede é estruturalmente um concelho conservador no que ao espectro político se refere, e sabemos também que em 47 anos de Democracia, o poder local apenas “trocou” de mãos uma única vez.

Isto são factos. Provavelmente estes dois factos poderão ajudar a perceber um detalhe que me apercebi há pouco tempo.

Hoje em dia todas as forças políticas apostam muito forte na comunicação digital e nas redes sociais. Pois bem, não embargando outras teorias que possam ser igualmente válidas, será que é pelos factos atrás identificados que o partido político no poder em Cantanhede não necessita de investir nesse tipo de comunicação?

Se bem consegui pesquisar, o PSD em Cantanhede não tem website, não tem página de FB, não tem presença no digital! Calma, esqueci-me de um pequeno detalhe…

Se tivermos uma agenda de obras a realizar devidamente articulada no tempo e uma plataforma de divulgação como o website do município de Cantanhede qual a necessidade de investir na comunicação institucional do partido a nível local?! Os objetivos são claros, e o website do município cumpre-os certamente…

Este é o tipo de situações que a meu ver deviam ser devidamente analisadas por alguém, não perguntem quem porque não sei, mas na minha perspetiva, eticamente falando, parece-me algo bastante questionável… Não acham?…

Para mim é mais um exemplo de gestão de recursos públicos para fins privados!