UNDERDOGS – donos do destino, nada a perder

Uma expressão natural da língua inglesa e muito utilizada na América do Norte que se transformou numa forma de definir tantas pessoas e que fundamentalmente ajuda a definir tantos e tantos casos de sucesso.

O Underdog não é, nada mais nada menos, que aquele que menos se prevê possa atingir o sucesso, é aquele a quem o destino passou ao lado, é aquele que quase nunca (ou mesmo nunca) foi considerado como o detentor da poção mágica… havia sempre alguém muito melhor, muito mais preparado, muito mais adequado, não poucas vezes, havia sempre alguém com muito mais “pinta”… O underdog passou sempre ao lado de qualquer coisa, no entanto conseguiu atingir o seu objetivo!

A vida dos dias de hoje é claramente uma vida muito mais acelerada, muito mais exigente e, por que não dizer, com cada vez menos espaço para os underdogs deste mundo. Provavelmente por esta “falta de espaço” é que quando surge um destes casos o seu impacto tende a ser cada vez mais substantivo.

Nota para o facto de, quando se quer mesmo muito algo, existirem sempre múltiplas formas de o atingir, mas nenhuma delas chega até nós sem o respetivo investimento. Como investimento devemos considerar a dedicação, a perseverança, o trabalho árduo que muitas vezes nos puxa para poços em que as decisões possíveis de ser tomadas nunca são as ideais, para terrenos de tal forma movediços que seja qual for a decisão temos de estar preparados para termos lama até aos joelhos (pelo menos) …

O underdog será sempre aquela figura que brilhará muito mais nos anais da história como o improvável, raramente lembrado como solução, como o que estava em desvantagem, mas que no final do dia recebeu a coroa de louros pelo objetivo atingido.

O underdog será sempre aquele que tudo venceu por nada ter a perder, por sempre acreditar, mesmo quando os seus compagnons de route já o haviam abandonado.

O underdog será sempre a minha personagem favorita de qualquer ficção, principalmente quando a ficção for a (eventualmente minha) realidade. Será sempre em momentos de maior fragilidade, que os menos fortes vacilarão perante as ameaças dos mais debilitados de caracter, o underdog estará sempre preparado para lidar com esses menores de humanismo.

A história da humanidade tem bastantes episódios de underdogs que marcaram a nossa espécie, não cometerei o erro de identificar nenhum em especial mas há algo que sempre me estimulou, há algo que não consigo deixar de considerar como fundamental na minha vida, há algo que espero um dia poder ver nos meus descendentes, a vontade de defender, e fundamentalmente ser, o que nossa consciência nos ditar… estes são, já hoje, os underdogs dos nossos dias e temo que no futuro possam vir a ser considerados uma espécie em vias de extinção…

Para que tal não aconteça temos de acreditar nas novas gerações e nos que tomarão as rédeas dos nossos destinos, individuais e comuns, brevemente!

Eu quero acreditar!

O destino pertencerá, sempre, aos que nada têm a perder, aos underdogs

ÉPOCA DAS FESTAS – Notas importantes a reter e a acompanhar…

Foi no passado dia 20, do mês passado, que aqui publiquei o último texto. Desde essa data até hoje, alguns acontecimentos foram tendo lugar pelas propriedades deste Marquês de Marialva que, cada vez mais me parece, nunca imaginou a malta que viria a habitar a suas terras…

Desde as tradicionais comemorações do dia da cidade (25 de Julho), em que se aproveita sempre para, a exemplo de alguns socialistas que gostam de “malhar na direita”, “malhar” no Governo que estiver em funções, passando pelas festas locais que me parece têm vindo a, depois da pandemia, a ganhar novo fôlego e tendo como pináculo das festas e romarias a Expofacic, este ano não me parece que tenha defraudado as expectativas dos mais ambiciosos.

Com uma afluência bastante interessante em praticamente todos os dias, a Expofacic de 2023 foi claramente mais um êxito nestas mais de três décadas de história do certame.

Uma dinâmica de espetáculos com alguma diferenciação em relação ao que demais se vê por aí, conseguiu cativar a afluência em número que, sem dados quantitativos oficiais, certamente ultrapassou as quatro centenas de milhar ao longo dos onze dias do evento.

Esta dimensão requer e exige uma preparação e organização que deve ser realçada e muito valorizada pois, seria de todo impossível levar a cabo este êxito organizativo sem a qualidade singular de quem a organiza. São meses de trabalho árduo e de dedicação quase exclusiva à “feira” e isso vê-se, nota-se, no resultado final. Não poderia deixar de realçar este facto determinante no alcançar de mais uma marca histórica.

Naturalmente que continuo com alguma preocupação em relação ao futuro do certame pois os desafios que se avizinham são de caracter extraordinário, mas sobre eles podemos voltar a falar mais tarde e num texto exclusivo para o efeito.

Para finalizar o tema “Expofacic”, no meu texto de há cerca de um ano, vaticinava que o verdadeiro desafio para o evento, além de todos os outros, seria este ano de 2023, num contexto de “pós-pós pandemia” e “crise inflacionária”, em que a necessidade de socialização das pessoas já poderia deixar de surtir efeito e eventuais constrangimentos de ordem financeira poderiam reduzir a afluência ao Parque Expo Desportivo S. Mateus em Cantanhede.

Pois bem, devo afirmá-lo, sem rodeios, felizmente estava redondamente enganado!

A edição 2023 da Expofacic foi mais um episódio, desta história que continua a ser de sucesso, deste evento cada vez mais necessário ao desenvolvimento não só de Cantanhede, mas, pelo menos, da região Centro do país.

Dois dias antes de se abrirem os portões da edição de 2023 da Expofacic, no dia 25 de Julho, decorreram em frente aos Paços do Concelho, as habituais cerimónias do dia da Cidade de Cantanhede.

Neste evento, que além da presença de muitos autarcas e convidados e dos Presidentes de Câmara dos Municípios geminados com Cantanhede, contou com a presença do Secretário de Estado da Segurança Social, tivemos direito às habituais homenagens a colaboradores no ativo, a recém aposentados e às homenagens às instituições que comemoraram no último ano os 25, 50 ou 75 anos de existência. Gostaria de deixar aqui uma nota de destaque positiva e uma outra não tão positiva.

Nota de destaque positiva para os 450 anos da Santa Casa da Misericórdia de Cantanhede que continua forte e com muitos projetos.

Nota de destaque negativa para a intervenção, pelo que percebi não prevista, do Sr. Manuel de Lemos (Presidente do Secretariado da União das Misericórdias Portuguesas) que, a meu ver despropositadamente, com um alegado “desafio” tentou reativar um tema muito debatido no passado. O Hospital de Cantanhede e a Misericórdia. Sobre esta questão manter-me-ei atento a eventuais desenvolvimentos e posicionamento públicos.

Este sempre foi um momento aproveitado pelos oradores, normalmente Presidente de Câmara e Presidente da Assembleia Municipal, para fazerem ouvir a sua voz, de uma forma um pouco mais percetível, junto do Governo central, pois a presença de um dos seus elementos é sempre uma boa oportunidade para isso.

O discurso do Sr. Presidente da Assembleia Municipal de Cantanhede, entre outras coisas, teve naturalmente que versar sobre o tema da Saúde, mas desta feita certamente que lhe deu pouco trabalho a escrever, na medida em que muito provavelmente bastou fazer um “Copy / Paste” à intervenção por mim levada a cabo na Assembleia da República no passado dia 18 de Maio na audição aos subscritores (e não só) de mais uma petição que visava a criação de uma Consulta não programada de tratamento a agudos no Hospital de Cantanhede.

Pela parte que me toca fico naturalmente satisfeito por perceber que intervenções minhas têm a qualidade necessária para serem utilizadas por tão douta personalidade, além disso demonstra, mais uma vez, e desta feita por pessoas de um espectro político diferente do meu, que estamos juntos nesta luta que é pelo interesse superior dos munícipes de Cantanhede (e não só). Se vamos conseguir? Não sei, mas eu continuo a acreditar e continuo a tudo fazer para que essa realidade se concretize o mais brevemente possível.

Finalmente, não poderia deixar de realçar mais um acontecimento que naturalmente foi absorvido pela espuma dos dias.

Desde o dia 24 de Julho de 2023 que a Comissão Política Concelhia do PS, em Cantanhede, tem um novo líder. Sim, assumi o desafio de liderar a equipa socialista nos próximos tempos. Por questões de ordem pessoal e familiar, Artur Carvalhinho pediu a suspensão das suas funções. Não poderia deixar de aceitar este desafio porquanto se trata de continuar a assumir as minhas responsabilidades, pois já fazia parte da atual Comissão política Concelhia, e além disso considero que esta é mais uma forma de tentar ser o mais eficaz possível na defesa dos interesses dos munícipes de Cantanhede, os que em mim já depositaram essa confiança e todos os outros que ainda não o fizeram.

A época das festas começa a chegar ao seu final e com isso outros temas recuperam o seu espaço natural…

A partir de 26 de Setembro de 2023 começa a segunda metade do atual mandato autárquico…