ABERTURA, PARA QUANDO? COM OU SEM CROQUETES

Durante a semana passada foi com muito agrado que pude constatar nas redes sociais, uma forte presença do Museu LOAD ZX SPECTRUM na Lisboa Games Week.

Não sendo eu um especialista da área, não me parece muito difícil compreender que este foi mais um passo importante na consolidação da importância deste Museu único a nível nacional e até internacional.

Neste particular deve desde já fazer uma declaração de interesses pois o proprietário de grande parte do espólio e atual curador do Museu em causa é meu primo e, eu e o meu irmão fomos uns dos que pudemos constatar in loco a importância desta máquina no desenvolvimento, enquanto pessoa, do João Diogo Ramos.

De realçar que este museu facilmente poderia ter nascido numa outra cidade da zona centro ou até noutra geografia nacional qualquer, mas o Diogo fez questão de o fazer em Cantanhede, fez questão de o fazer na cidade onde vive, e onde conseguiu, com muito esforço “vender” a sua ideia e os seus sonhos aos decisores políticos.

Cantanhede é sem sombra de dúvidas uma cidade em que acontecem coisas que às vezes até nos dá vontade de perguntar “será que estamos no Entroncamento” (localidade onde acontecem coisas fora do normal)?

Se não percebem o que estou a querer dizer acompanhem-me neste raciocínio: Qual a probabilidade de, numa cidade como Cantanhede, sem grande histórico ao nível museológico, surgirem dois museus com espólios particulares e/ou doados ao município?! Sim estou a falar do Museu LOAD ZX SPECTRUM e do “futuro” museu do colecionismo.  

Quanto ao segundo certamente que ainda terá direito a uma inauguração com pompa e circunstância. Para quando não sabemos, mas certamente que ainda necessitará de umas obrazitas de requalificação antes mesmo da inauguração… Parece uns “equipamentos estruturantes” ao nível do desporto que conheço…

É deprimente ver este tipo de investimentos “malucos” serem geridos desta forma, na minha terra costuma-se dizer que isto é fazer as coisas com os pés, mas neste caso acho que é mesmo sem a cabeça!!!

Será que ninguém se lembrou, aquando do planeamento deste investimento, que o espaço físico em causa necessitaria de ser “alimentado” com todas as estruturas exigidas para uma unidade museológica como esta? (dimensionamento energético adequado, mobiliário e restante recheio…)

Se não o fizeram foram amadores e/ou incompetentes e em qualquer dos casos é grave demais porque se trata do dinheiro dos munícipes!!

Ainda bem que estamos num município que “investe forte na cultura”, pena é que seja apenas especialista na cultura gastronómica! Mesmo nessa valência, não fossem as nossa forças vivas e estaríamos em vias de morrer à fome (culturalmente falando…)

Será que vai haver uns croquetes na inauguração do Museu do Coleccionismo?!