CANTANHEDE EM LISBOA – CRIAÇÃO DE CONSULTA NÃO PROGRAMADA TRATAMENTO DE AGUDOS

Faz precisamente hoje, um mês que publiquei o meu último texto neste espaço nem sempre bem frequentado. Foi à data, um texto que versava sobre os chamados “valores de Abril” e o que devemos, ou não, valorizar nos dias que vivemos hoje. De lá para cá algumas coisas foram acontecendo, mas no fundo as que devem ser destacadas são as que se referem à presença de Sua Excelência o Sr. Governador do Banco de Portugal, que com mestria e extrema simpatia partilhou connosco a sua perspetiva dos dias de hoje, e os respetivos desafios que todos teremos que enfrentar no futuro próximo.

Entretanto, por terras deste marquês com nome de terra do interior (Marialva), a JS começara a dar os seus primeiros passos no seu processo de reativação. Entretanto, foram mesmo empossados os seus órgãos num momento bastante simples mas muito simbólico. Para os mais dados ao desporto, nomeadamente ao futebol, estes 30 dias deram-me a conhecer, de uma forma muito interessante, aquele que considero o “novo valor de referência” do meu Benfica. João Neves é um algarvio que me enche totalmente as medidas no que à prática do futebol diz respeito, ele é mesmo craque!

Estes primeiros parágrafos descrevem apenas alguns exemplos de acontecimentos que entendo poderiam dar a ideia do que foi este mês, mas para que tal aconteça de uma forma um pouco mais rigorosa, não poderia deixar de identificar aquele que foi, pelo menos para mim, o acontecimento mais importante neste mês.

A manifestação que teve lugar no passado dia 06 de março em frente ao Hospital Arcebispo João Crisóstomo em Cantanhede, deu origem, como devem certamente saber, a uma recolha de subscrições para uma petição a enviar à Assembleia da República. Em pouco mais de duas semanas forma recolhidas 2231 assinaturas. Todas essas pessoas, bem como muitas outras que não assinaram o dito documento, defendem a criação da Consulta não programada de tratamento a agudos, a vulgarmente chamada Consulta aberta, no Hospital Arcebispo João Crisóstomo em Cantanhede.

Pois bem, com inquestionável honra e sentido de responsabilidade fui o primeiro subscritor desta petição.

Para quem está menos familiarizado com estas coisas, devo dizer que é ao primeiro subscritor que cabe a responsabilidade de acompanhar o desenvolvimento do processo, e de “defender a causa”, nomeadamente nos momentos de audição dos peticionários. Foi precisamente por isso que fui contactado pelos serviços da Assembleia da República (AR) para organizar uma delegação que aí se deslocasse para apresentar/defender a causa da criação da Consulta não programada de tratamento a agudos no HAJC.

Após alguns contactos, e porque acho que este tema há muito ultrapassou os “muros” partidários das diferentes forças políticas com assento nos órgãos autárquicos, defini a delegação da seguinte forma: Carlos Sérgio Negrão, na qualidade de primeiro subscritor; Nuno Caldeira, na qualidade de segundo subscritor; Drª Helena Teodósio, na qualidade de Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede e Francisco Girão na qualidade de representante dos funcionários do HAJC.

Esta delegação teve para mim o condão de demonstrar cabalmente a pertinência supra partidária deste tema e, pela primeira vez, introduziu-se um elemento dos colaboradores do hospital, relembrando assim, que também eles são importantes interessados neste processo e demonstraram que estão preparadíssimos para a concretização da Consulta não programada de tratamento a agudos no HAJC em Cantanhede.

Defendo, e sempre defendi, que é através do pragmatismo e simplicidade que conseguiremos obter resultados mais fácil e rapidamente. Assim, e porque tive a responsabilidade de apresentar/defender a “causa” aos senhores deputados dos grupos parlamentares do PS, PSD e CHEGA, fiz questão de que a minha intervenção fosse muito objetiva e que não se perdesse nos pequenos detalhes de enredo, dos muitos anos que esta história já tem.

Através da identificação de 6 argumentos base penso que consegui expor aos senhores deputados que não há forma de não defender a Consulta não programada de tratamento a agudos, e, também com base nesses argumentos lancei um tópico para reflexão e um pedido aos senhores deputados – “Os partidos políticos, têm de perceber que só valorizando a individualidade, seja do individuo, comunidade ou território, se poderá almejar concretizar soluções consolidadas e que satisfaçam efetivamente as necessidades das mesmas. Cantanhede não poderá ser exceção!”

De seguida, pedi aos senhores deputados que fizessem chegar os argumentos e respetivos documentos apresentados por mim, à Direção Executiva do SNS, ao Ministério da Saúde, em suma, ao Governo de Portugal e assim comprovarem a real e efetiva necessidade da criação da Consulta não programada de tratamento a agudos no HAJC, funcionando a mesma pelo menos da 08:00 às 24:00.

Finalmente fiz questão de destacar que este tema ultrapassa em muito a, por alguns alimentada como se não houvesse amanhã, discussão sobre o modelo organizacional que deverá servir de base funcional a esta unidade hospitalar.

Como afirmei na audiência, para mim, o modelo ideal para o HAJC, só poderá ser identificado como ideal se considerar a criação de uma Consulta não programada de tratamento a agudos.

Termino dizendo apenas que, ao contrário de alguns, não escrevo textos sem confirmar o seu conteúdo, muito menos notas de comunicação sem confirmar factos.

Deixo a seguir link para, quem quiser, poder confirmar o decorrer da audiência na Assembleia da República, no passado dia 18 maio de 2023 e foto com infografia que apresentei aos senhores deputados.