“Posts” de comida…

image

Muita gente me questiona acerca da razão pela qual eu publico, de uma forma regular, fotos de comida no facebook.

Muitas delas chegam ao ponto de me ameaçar, tal o efeito pernicioso que essas publicações provocam nelas!

Pois bem, tenho que vos dizer que se for analisar o impacto dessas publicações em relação a outras com diferentes temáticas, posso facilmente concluir que as mais populares são claramente as sobre gastronomia.

Assim, concluo que o “paneladas” nesta história não sou só eu!!!! 😉

Definitivamente vou continuar os meus momentos de verdadeiro deleite com os meus amigos! 🙂

Até à proxima panelada!…

Calções de “Façoilas”

shorts-curtos-jeansAeroporto de Barcelona, enquanto aguardo pelo check in para regressar a casa, usufruo de uns tempos em que consigo pensar em muita coisa e constato que vivemos hoje um fenómeno curioso, o fenómeno dos “calções de façoilas”!

Façoilas, para quem não saiba, é o termo “técnico”, tipicamente gandarez (mais concretamente da zona da Praia de Mira), que define a zona da anatomia humana que se encontra exactamente no início da perna e no fim da nádega!

Este fenómeno consiste em fazer um aproveitamento de peças de roupa, nomeadamente calças, e transformá-las em calções. Esta prática, no meu tempo, era algo de abominável, não nos cabia na cabeça que umas calças pudessem dar origem a uns calções, “que parolice!!!”. Pois agora, depois da fase das calças com cinta rebaixada, as cintas das calças das meninas voltaram a subir e o corte dos calções acompanhou essa subida… 😉

Naturalmente que este tipo de indumentária, como qualquer outra, não fica bem a toda a gente, mas de uma forma geral tenho que concordar que é uma tendência engraçada… 😉

Sonho de uma geração!

an_empty_stage_by_dandelionboy

No final da década de 80, inicio de 90, desencadeou-se um fenómeno musical global completamente fraturante com o passado. O conceito de do it yourself e do it with attitude mudou radicalmente o panorama musical de Cantanhede.

Num concelho com história ao nível das bandas filarmónicas e agrupamentos de baile, começou-se a ouvir, a exemplo do que se passava em todo o mundo, um grito de total e completa revolta para com o status quo. Começava, nesta altura o fenómeno das bandas de garagem!

Bastava uma ideia para rapidamente se passar à tentativa de se criar uma banda! A lógica estava sempre baseada no conceito de fazer qualquer coisa mas com muita atitude.

A oferta em termos de equipamento não era, nem de perto nem de longe, a que existe hoje, no entanto a genuinidade e a vontade de fazer era incomensuravelmente maior.

Foi mais ou menos nos primeiros 5 anos da década de 90 que, também eu, tive vontade de fazer parte desse fenómeno. Para se fazer parte de algo bastava ter, além da vontade, a “sorte” de ter os relacionamentos correctos para que no círculo de amigos surgisse logo uma solução para os nossos desejos. Após algumas conversas e algumas visitas a sótãos, garagens, arrecadações e até fábricas abandonadas para observar os artistas in motion, lá consegui a minha oportunidade! “Oceano” era o nome da música e falava de uns olhos azuis de uma jovem que se pareciam com o oceano… Post Mortem, nome mais adequado ao conceito geral do que à banda em si mesmo, foi o primeiro “projecto” onde participei activamente. Muito bem, neste processo havia sempre uma coisa que complicava a situação: ou tens instrumento e “arranhas” qualquer coisa, ou não havendo instrumento serás certamente o vocalista que procuramos… Calhou-me a segunda hipótese! 1 gig apenas foi o que fiz com este colectivo, numa discoteca da Lousã em que pela primeira vez tive a noção do quão difícil era desenvolver a coisa envolto numa nuvem de fumo tão grande que nem os meus compinchas conseguia ver! Obviamente que a aventura começou logo à partida em que um tio de um amigo da banda se disponibilizou para emprestar e conduzir uma carrinha onde foi colocado todo o material e os respectivos artistas (naturalmente que o senhor ficou até ao fim da noite à nossa espera!…)

Praxis Noire – novo projecto, um pouco mais desenvolvido (fundamentalmente por causa do espirito dos intervenientes ser um pouco diferente) mas a génese da coisa era exactamente a mesma, atitude rockstar qb e uma vontade de fazer algo com que nos identificássemos! Com malta mais nova do que eu, a coisa lá foi andando com letras em inglês, com material um pouco melhor e a eterna companhia da garagem do Ti Lusitano… o homem teve que sofrer um pouco com os decibéis debitados pelas Marshal do Márcio, pela bateria do Gabi (se repararem os nomes nada têm de rockstar, a genuinidade da coisa não permitia que se gastassem energias com esses pormenores…) e pelo baixo do alto Caio. No meio desta cowboyada toda apareço eu vindo nem sei bem de onde com letras que versavam que deus estava morto e coisas afins…

Com os Praxis Noire ainda fiz umas datas, as típicas festas de Liceu, um festival de Música Moderna na Praia da Tocha e por alguns sítios que nem vale a pena falar… tudo sempre com uma coisa presente: Let´s rock!!!

Falando do meu percurso pessoal, devo, por uma questão de reconhecimento, contar-vos que “A” banda percursora deste fenómeno foi (não tenho dúvidas em afirmá-lo) os Voodoo Chile, um colectivo constituído pelo Bruno na Bateria, Pedro Fonseca no baixo, Alexandre Maçãs na guitarra e o icónico Farinha no mic. Com actuações que ficaram para a história como a de uma festa da AE da Escola Secundária de Cantanhede em que o inicio teve como grande surpresa a entrada de um andor, ladeado por guardiões com tochas a arder em riste, de onde saltou um energético, frenético, louco e selvagem Tomé e que apanhou toda a gente de surpresa iniciando assim o espectáculo… Temas como “Detonation”, “Lucifer” e letras com insultos às mães dos políticos da altura foram o detonador para fazer explodir uma vontade, exageradamente contida, de uma geração que queria e podia fazer mais e melhor. Nota de realce que a geração de que falo foi rotulada como a “geração rasca”, a mesma que se manifestou contra PGA’s a mesma que mostrou traseiros a políticos,… a mesma que hoje se pode caracterizar como “geração à rasca” (isso são outras histórias)…

Que rebelião (That Rebellion)!!!

image

Ontem à noite fiz uma coisa que já não fazia há muito tempo. Além de ter ido à Praia da Tocha, fui ver um concerto no bar Love!

Como uma sonoridade com “muito grão” e com uma atitude muito “raw”, os That Rebellion surpreenderam-me pela positiva. Sempre apreciei a atitude a sobrepor-se ao virtuosismo técnico e, neste caso, é claro como isso cria uma dinâmica muito interessante aos espectáculos ao vivo. That Rebellion, para quem ainda não saiba, é um colectivo que vem no seguimento dos Squeeze Theeze Please com os dois Pedros (Fonseca e Assalino) a dsenvolverem nova jointventure criativa.

Bateria, 2 guitarras, teclas e voz, são a estrutura da “coisa” onde, à primeira vista se destaca a ausência do baixo mas, depois de se iniciarem as hostilidades, as sonoridades muito Jack White provam-nos que a “coisa” está pensada assim e funciona!

Rock com power mas ainda com poucos km’s…

Próxima paragem NOS Alive 2015 – 11 Julho.

ACONSELHO

Há 44 anos atrás desapareceu…

last-photos-of-jim-morrison-paris-1971-c2a9-hervc3a9-muller-5

Quem me conhece sabe que sempre gostei de ter referências. Uma das primeiras foi, fruto do acaso, um artista que viria a tornar-se célebre por motivos nem todos muito positivos. James Douglas Morrison.

Os The Doors transformaram-se, para mim, numa forma de estar e de melhor perceber o que me rodeia. Foi com a auscultação exaustiva da sua obra que percebi melhor algumas coisas que me foram acontecendo na adolescência. Provavelmente teria passado por todos os mesmo episódios e sobrevivido, no entanto não tenho dúvidas nenhumas que teria sido muito diferente.

Num dos últimos textos escrevi, claramente, que sou romântico por opção, por isso aqui fica uma frase no dia de aniversário da morte de JIM…

“Queremos o mundo e o queremos…agora!” Jim Morrison

Comé Mwangolê?! (texto escrito em 06-06-2014)

2014-06-10 17.18.41ANGOLA – PARA REGRESSAR, OU PARA NÃO MAIS VOLTAR?

Numa primeira visão do que é chegar a Angola, e para quem conhece os locais que vou identificar, existem algumas semelhanças com a Venezuela, nomeadamente com Caracas. Uma cidade em constante reboliço e com um ar algo pesado por causa da humidade sempre presente. Uma vivacidade que nos entra por todos os poros do nosso corpo e que nos contagia de uma forma incontornável. Esta sensação positiva mantém-se até ao momento em que nos cruzamos com o dia a dia do angolano médio, um angolano que tem um ordenado de 300 US$ e que vive como vai conseguindo… Uma luta constante de “classes” vive-se na Luanda de hoje, onde a ostentação do Hummer H3 se mistura, sem pudor algum, com o número brutal de jovens (fundamentalmente rapazes) que vendem (tudo e mais alguma coisa) nas filas de trânsito…

Posso dizer que no fundo estava à espera de um choque maior, mas provavelmente, por já ter tido a experiência de visitar a Venezuela, esse choque não foi tão acentuado. Uma cidade em constante movimento mas que a partir das 6 da tarde só os mais afoitos andam à vontade pelas suas artérias… Quem busca em Angola (Luanda) uma oportunidade de trabalho e de melhorar a sua vida financeira tem aqui uma oportunidade que não é de descurar pois estamos a falar de um fluxo de oportunidades e de dinheiro muito considerável, no entanto o acesso a essas oportunidades não está simplesmente ao virar da esquina, essas oportunidades estão escondidas nos “poderosos” que residem nos gabinetes do stablishment.

Se me pedissem para identificar o que mais me tem satisfeito neste minha nova experiência eu diria, sem sombra de dúvidas, que sentir o pulsar da “cidade real” é algo que não se consegue explicar por palavras, apenas se consegue sentir… sentir o olhar de uma mulher que comercializa fruta no passeio mesmo em frente a um Supermercado turco ou português, o olhar do pequeno Toni que simpaticamente me pergunta : “sinhor, quer engraxar?” ou até mesmo a deferência com que um segurança, de AK47 em punho, me responde “Obrigado Sinhor” quando lhe desejo um bom dia… enfim tudo isto me tem ajudado a pacientemente ultrapassar o transito infernal da estrade de Luanda para Catete . É isto que me tem feito levar o dia a dia de trabalho de 13/14 horas de uma forma minimamente equilibrada. É isto que me tem dado alento para, quando me lembro da minha família (quase todos os segundos do dia), seguir em frente e partilhar cada momento desta minha aventura comigo próprio…

Naturalmente que esta visão de Luanda é algo romântica, tal como eu sou romântico por opção, no entanto existe um “lado negro” desta realidade. Existe o lado em que na sociedade angolana o valor da vida humana se resume a uns míseros Kwanzas (100 Kz = 1US$) e sem dificuldade nos cruzamos com um corpo acabado de atropelar e seguimos viagem… enfim acredito que outras visões existirão acerca deste pedaço de terra, de extrema riqueza, mas esta visão tem apenas pretensão de ser uma visão pessoal de alguém que nunca tinha pisado ou cheirado terras de África e que hoje tem uma perspectiva diferente… para melhor e para pior…

Out of the box

image

Um dia isto vai ser lido e espero que seja interpretado como algo que já não exista…

Às vezes a nossa ânsia de tudo querer fazer “para ontem” limita – nos o discernimento e faz com que se assumam posições que depois nao conseguimos inverter.

A fase das “ideias brilhantes” continua a verificar-se… até nas potenciais estratégias de concretização!

Hoje li uma frase com que vou terminar este texto:

“Intenção sem acção é desilusão…”