CANTANHEDE E AS LEGISLATIVAS DE 2022

Como é do conhecimento generalizado, será no dia 30 de janeiro que irão decorrer novas eleições legislativas para tentarmos perceber como se vai constituir um novo governo para o nosso país. Estas eleições servem para que o “povo” possa usar da sua palavra e eleger uma nova Assembleia da República, de onde emanará um nome para primeiro-ministro que por sua vez constituirá um governo. Ao contrário do que muita gente julga este é o processo formal definido, o que significa que nós, cidadãos, o que iremos eleger são deputados para constituir a Assembleia da República.

As listas para esses candidatos a deputados são elaboradas por distritos.

Nesta altura já se sentem as movimentações internas em cada um dos partidos que vão a jogo em janeiro, até porque as listas que identificarão os candidatos a deputados terão que estar formalmente fechadas até 20 de dezembro de 2021.

No distrito de Coimbra, e falando apenas dos partidos que historicamente têm tido mais representatividade (PSD e PS), as coisas já se começaram a agitar. No que ao PSD e ao concelho de Cantanhede diz respeito, tenho alguma curiosidade em perceber se Cantanhede continuará a ter a representatividade do passado recente, pouca ou nenhuma.

Desde o Dr. Luís Pais de Sousa, que chegou a assumir cargo de Secretário de Estado Adjunto do ministro da Administração Interna no Governo PSD/CDS-PP liderado por Durão Barroso (entre 2002 e 2004), que não temos tido nenhum social-democrata a defender os interesses do concelho de Cantanhede na Assembleia da República. Se não estou em erro, o último deputado “laranja” do concelho de Cantanhede foi o Eng.º José Abrantes, um ilustre, mas pouco compreendido pelas suas hostes, social democrata cantanhedense.

Pelo outro lado, depois da socialista Maria do Céu Lourenço ter sido eleita em 1999 pelas listas de Coimbra do Partido Socialista, foi já na segunda década do atual século que voltámos a ter uma deputada oriunda do Concelho de Cantanhede. Cristina de Jesus tem feito valer a sua voz e a voz dos cantanhedenses na casa da Democracia nesta última legislatura.

No que diz respeito ao Partido Socialista, que por razões mais do que obvias conheço melhor, é importante percebermos que as dinâmicas internas que levam à construção e respetiva definição final das listas de candidatos a deputados são complexas, têm que satisfazer variados parâmetros e sensibilidades, têm que salvaguardar múltiplos interesses e objetivos da comunidade, têm que fundamentalmente satisfazer o mais possível os anseios dos eleitores.

Pois bem, nesse sentido não me parece possível que na construção das listas de candidatos a deputados para as próximas eleições legislativas, o PS possa “abdicar” de ter um candidato cantanhedense.

Os mais distraídos certamente pensarão que digo isto por uma questão de bairrismo, no entanto chamo a atenção para um simples e aparentemente insignificante detalhe: o concelho de Cantanhede é o terceiro concelho que mais contribui para os resultados absolutos do PS no distrito de Coimbra! Cantanhede apenas é ultrapassado em número de votos no PS pelos concelhos de Coimbra e Figueira da Foz!

Estou certo de que muita água ainda vai passar debaixo da Ponte de Santa Clara até se fecharem definitivamente as listas, mas também tenho a certeza que todos terão a noção da responsabilidade que significa construir as ditas listas, o que por si só me dá garantias que certamente irão ser identificados os mais sérios, os mais capazes, no fundo os mais bem preparados para representar os seus eleitores na casa da Democracia portuguesa.

Espero não ter que vir a terreiro pedir desculpas por estar, hoje, enganado…

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