VISÃO SELETIVA

Às vezes parece-me que algumas pessoas só veem o que que querem ver. Chamaria a isso “visão seletiva”. A forma ideal de combater tal maleita é com a apresentação de provas que demonstrem que existe uma realidade que vai para além da que inicialmente julgavam ser a única.

No caso concreto que me traz hoje até vós, os partidos políticos não têm estado calados, os representantes desses mesmos partidos também não, apenas têm dito coisas que alguns continuam a não querer ver (vá se lá saber porquê)!

Apesar de não ter sido considerado como importante por parte da Comunicação Social (quase toda), os vereadores do PS no passado dia 29 de março assumiram publicamente uma posição sobre o tema. Além disso foram acompanhados pelas estruturas concelhias do PS na posição em causa.

clique aqui para conhecer a posição

Devo também relembrar os mais incautos ou desatentos que as posições últimas que têm sido tomadas pelo PS têm sido em praticamente total sintonia com os restantes partidos políticos com representação autárquica.

Além de tudo o que se possa dizer, convém não esquecer que existe documentação enviada ao Município de Cantanhede pelo Sr. Diretor da Direção Executiva do SNS, Dr. Fernando Araújo, a 09 de Dezembro de 2022, em que assume claramente (na minha opinião) que a integração das unidades hospitalares em causa é o caminho a seguir. Também é minha interpretação que a criação do grupo de trabalho serve apenas para “carimbar” tecnicamente a integração em causa.

…“Assim, numa perspetiva de qualificação da resposta, simplificação de processos, incremento na articulação de cuidados entre equipas de profissionais de saúde, com o foco na experiência e nos percursos entre os diferentes níveis de cuidados de saúde utilizados pelos utentes, torna-se, fundamental promover a integração, com maior proximidade das instituições, numa mesma área geográfica, melhorando a participação dos cidadãos, das comunidades, dos profissionais e das autarquias na definição, acompanhamento e avaliação das políticas de saúde, maximizando o acesso e a eficiência do SNS.

Por outro lado, e na esteira da opção legislativa e orçamental efetuadas e em fase de consolidação, a empresarialização de todas as unidades hospitalares constitui um objetivo da DE-SNS, pelo que se decidiu criar um grupo de trabalho (GT) com a missão de elaborar o plano de negócios para a integração no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E., dos hospitais do Setor Público Administrativo, Hospital Arcebispo João Crisóstomo – Cantanhede e Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais.”…

Tudo isto demonstra cabalmente quem sabia o quê e desde quando.

Pois é aqui que começa a minha perplexidade perante a postura de um Ex Enfermeiro Diretor do Rovisco Pais (apesar de lá ter estado pouco tempo – nomeado em 2012 enfermeiro diretor do Rovisco Pais saiu por renúncia ao cargo em 2013), Ex porta-voz de um movimento cívico de defesa do Rovisco Pais (apesar de já ter comunicado a sua extinção – provavelmente depois do arrufo com a direção concelhia do seu partido (PPD/PSD) após a Assembleia Municipal em que não esteve presente, alegadamente por não ter sido informado. Sobre isso relembro que o seu “homem de asa” é o Secretário da Assembleia Municipal de Cantanhede, será que falam entre eles?)!

Em concreto e ao detalhe ainda não consegui perceber qual é a teoria que o dito técnico de saúde defende para os seus dois ex postos de trabalho (HAJC e Rovisco Pais), apenas percebo que é muito mais fácil dizer que são todos uma cambada de pessoas de “pouca confiança”, que nada fazem e nada dizem, que escondem tudo de todos e que, provavelmente na cabeça desse individuo, andam ao serviço de alguém… Sim, o mesmo que começa muita coisa mas pelos vistos pouca acaba… Será que anda à procura de ser mais um “ex qualquer coisa”?

Enfim, termino deixando um conselho, faça o seu trabalho de casa primeiro, informe-se e depois esgrima, de uma forma intelectualmente honesta, argumentos sérios, verdadeiros e válidos para o tema…

Nota de rodapé:

Como imagino que a primeira coisa que venha à cabeça de quem me vai criticar é identificar-me como um “ultra defensor da integração”, aconselho a visitar todas as minhas posições públicas sobre o tema, nomeadamente as em que eu assumo claramente que a minha preocupação não está na forma da solução, mas sim no impacto que a mesma terá na vida dos utentes dos Hospitais em causa. Sou e sempre serei, isso sim, um “ultra defensor” da criação de uma Consulta não programada de tratamento de agudos…

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