A DANÇA DAS CADEIRAS… sem ser em Lisboa

Na última reunião de Câmara, extraordinariamente longa com mais de 6 horas de duração, ficámos a saber que o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da INOVA-EM, Engº Idalécio Oliveira, apresentou a renúncia ao seu mandato que tinha iniciado em 2021. As razões pessoais que alegou para justificar o seu pedido ficarão nesse registo (pessoal) porque assim deve ser.

Além deste pedido, fui surpreendido com outro pedido de renúncia que, honestamente, não antecipei, foi o pedido de renúncia do Presidente da Assembleia Geral da INOVA-EM, o Dr. Pedro Cardoso. Em relação aos motivos deste pedido, pressupus, provavelmente de uma forma ingénua, que seria por algum tipo de solidariedade para com o PCA, mas o que aconteceu de seguida mostrou-me que não era essa a razão.

Perante tal cenário foi eleita nova Presidente da Assembleia Geral da INOVA-EM, Dr.ª Helena Teodósio que, depois de devidamente empossada nestas novas funções, tratou de resolver o problema da vacatura do lugar de PCA da INOVA-EM.

Pois bem, por proposta da Sr.ª Presidente da Assembleia Geral da INOVA-EM, foi nomeado como PCA o Dr. Pedro Cardoso que acumulará as funções de Vice-Presidente da Câmara e responsável pelos pelouros da Gestão Urbanística e Ordenamento do Território; Educação; Cultura; Assuntos Jurídicos e Contencioso e, ainda, o Pelouro da Juventude.

Nada me move contra ninguém, nem tão pouco contra a pessoa do Dr. Pedro Cardoso, no entanto há questões que me saltam à vista e que não pude deixar de questionar na dita reunião.

É para mim claro que, independentemente de eu não conhecer nenhuma parte específica do Curriculum Vitae do Dr. Pedro Cardoso, que me garanta que detém as competências adequadas para execução da função de PCA da INOVA-EM, a função em causa é de fulcral importância, técnica e política, na prossecução dos objetivos da existência de uma empresa como a INOVA-EM.

Relembremo-nos que a INOVA-EM gere, entre outras coisas, aquele que é o recurso mais valioso do nosso território, a água.

Relembremo-nos que a INOVA-EM, entre outras coisas, organiza e gere tudo o que se relaciona com um dos maiores eventos ibéricos em termos de festividades, a EXPOFACIC.

Apenas com estas duas referências, parece-me evidente que o lugar de PCA deveria ser acautelado por alguém que, pelo menos, tivesse a capacidade de o assumir em regime de tempo inteiro.

Não me parece adequado que esta mudança de cadeiras seja concretizada desta forma, tão “à pressa” (foi o que me pareceu) e sem uma lógica ou estratégia que efetivamente se percebesse.

Pelos vistos em Cantanhede, se quisermos ser um pouco mais provocadores e atrevidos, “…(provavelmente) andou-se a pagar demais a funcionários”.

Vejamos porque digo isto:

  1. -Aquando da saída da Dr.ª Maria Carlos, Chefe de Divisão da Cultura da CMC, não se sentiu a necessidade substituí-la na função em causa, pois os dois técnicos ao serviço dessa área, além de Presidentes de Juntas de Freguesia (e por isso não podiam assumir a função de chefia sem abdicar do dito mandato autárquico), em articulação com o vereador da Cultura, assumiriam/acumulariam as funções da colaboradora que agora saía.

Conclusão possível: andou-se a pagar vencimento de Chefe de Divisão desadequadamente pois dois técnicos existentes na estrutura fazem hoje as mesmas funções sem qualquer custo adicional.

  • -Se, ao caso descrito anteriormente, adicionarmos a nomeação do Dr. Pedro Cardoso como PCA da INOVA-EM, percebemos que, também neste caso, se pode questionar porque se andou a pagar durante estes anos todos os vencimentos de um PCA quando um político no ativo, com competências delgadas em múltiplos pelouros e em acumulação de funções o pode assumir, graciosamente!

São este tipo de situações, de difícil compreensão para o comum mortal, que continuam a contribuir para que as pessoas se questionem acerca da verdadeira, e importantíssima, função da política na sociedade.

A dança das cadeiras continua, e desta feita não é ao nível do Governo central!

Termino este meu pequeno texto dizendo que, numa reunião em que se “debateu” o Orçamento para 2024, este tema do PCA da INOVA-EM foi, sem sombra de dúvida, a estrela da tarde…

Boa sorte para todos e especialmente para o novo PCA da INOVA-EM

Deixe um comentário