AS PERGUNTAS CERTAS…

Estamos a cerca de 6 meses das eleições que vão eleger os nossos responsáveis políticos ao nível local. É verdade, parece que foi ontem o último ato eleitoral que elegeu os atuais protagonistas e já se começa a sentir a preparação de nova luta eleitoral local.

Gostaria de destacar que em Cantanhede vai haver uma eleição protagonizada por duas mulheres! Não sei se será caso único no país, mas será certamente um dos poucos casos em que mulheres assumem corajosamente a responsabilidade de se disponibilizarem para orientar os destinos do concelho que as viu nascer…

Este detalhe parece de somenos importância, mas julgo que se tivermos em linha de conta que estamos a falar de um concelho estruturalmente conservador não deixa de ser curioso. Cantanhede é, historicamente, um concelho de índole rural que tem vindo a tentar desenvolver atratividade ao nível do que é urbano e do que é a modernidade dos nossos tempos. Um bom exemplo disso mesmo é o caso do Biocant que tanto tem sido falado pelos bons motivos.

Este é um caso positivo que não devemos perder de vista, no entanto a génese e o âmago do nosso concelho e da sua população continuam a ser profundamente rurais e conservadores. Não considero que isso seja uma desvantagem, é apenas e só uma característica!

O que também continua a ser característica é esta tendência que eu caracterizaria de quase obsessiva de concentrar grande parte das melhores noticias para os momentos próximos destes atos eleitorais. Quero acreditar que tudo isto se processa desta forma por alguma razão técnica que desconheço neste momento, mas que não deixa de ser uma coincidência de calendário também acho que é inegável!!

A Srª Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede, aquando da entrega dos prémios de mérito desportivo ao UR Cadima e ao Clube de Futebol “Os Marialvas”, comentou com os presentes (eu era um deles) que já havia pessoas a critica-la por já estar a fazer campanha através de algumas obras que estavam a ser lançadas e pelo aproximar da data das eleições e chegou mesmo a questionar retoricamente: “mas a partir de quando é que passa a ser campanha eleitoral?”. Considero que o grave nunca será fazer obra antes dos atos eleitorais, o grave é haver a necessidade de as fazer nessa altura! Significa que não foram feitas antes!!! E porque não foram feitas antes?!…

Obviamente que gerir um município como o de Cantanhede com cerca de 35000 habitantes não será fácil, mas convenhamos que às vezes parece que um bocadinho de dificuldade extra sabe bem!!!!

Não sou dos que critica fácil e gratuitamente, mas também sabem que nunca deixarei de dizer o que penso mesmo que isso implique riscos para os meus interesses pessoais!

Este ato eleitoral, a exemplo do último que vivemos (presidenciais), será muito provavelmente muito diferente dos anteriores, a pandemia é fator mais do que suficiente para condicionar as estratégias tradicionais, além disso outros “fatores” poderão surgir para ajudar a baralhar as análises tradicionais… Assim sendo, pode ser que novidades surjam na forma e, desejavelmente, também nos conteúdos das propostas que forem a “jogo” …

Façam-se as perguntas corretas! Pode ser que obtenhamos as respostas adequadas!

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